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Não sou a maior fã de séries, então se eu pego para assistir uma, ela tem que ser tocante de algum modo. Só sentindo essa ligação com a história, com as personagens, enredo, etc, é que eu assisto realmente. Manhãs de setembro me pegou logo no trailer e premissa da história. Vou deixar o trailer aqui para você ver e tirar suas próprias conclusões:
Basicamente, temos Cassandra, uma mulher trans que acabou de conquistar sua estabilidade (estabilidade daquele jeitinho que só uma pessoa pobre vai entender 😆), quando um antigo affair surge na porta da sua casa com uma criança de 10 anos falando que é filho da Cassandra.
Pelo trailer, e também quando começa a série, é um pouco difícil não ficar brava com a Cassandra, querendo se livrar do Gersinho. É claro que no início ela não nenhum vínculo afetivo com aquela criança, mais aos poucos o coração vai falando mais alto e ela vai abrindo espaço para o filho em sua vida.
Eu particularmente nunca assisti uma série que representasse com tanta verdade a realidade do pobre no Brasil. Eu via aquelas casas de "pobre" nas novelas e parecia que era um arquiteto que tinha planejado tudo, e pensava "de onde tiraram que é assim?". Já em Manhãs de setembro, das casas simples, ao jeito simples das pessoas mais carentes, parece muito mais real. É bacana ver como as pessoas se ajudam e fazem dos seus amigos, vizinhos, uma família extendida.
A Leide consegue ser ao mesmo tempo uma mãe que claramente ama o filho e uma irresponsável incorrigível. Quantas mães não são assim?
A Cassandra tem suas próprias cicatrizes. Ela é sozinha. Descobrimos que sua mãe abandonou ela ainda criança, e ela foi criada pelo pai (com quem a relação não é boa). A família são as amigas e amigos que fez.
O Gersinho é uma criança que transmite uma carência e uma tristeza, ao mesmo tempo que não verbaliza isso. Eu me sinto olhando para tantas crianças do Brasil que também são assim.
A dinâmica de como Cassandra e Gersinho vão se transformando em família, com os altos e baixos... é muito gostoso de acompanhar. Causa raiva, alegria, revolta, e tudo o mais!
Gostei muitíssimo de assistir a série, ver como parece muito uma coisa real, com pessoas reais. Achei muito legal eles convidarem uma atriz trans para fazer esse papel, afinal quantos papéis de minorias vemos representados por pessoas que realmente fazem parte dessa minoria?
Valeu cada minutinho sentada na frente do computador com meu baldinho de pipoca. Está super indicada!
Por @thawanarosa_
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