Quando a série Jessica
Jones estreou, foi unânime a excelência de sua qualidade técnica, apesar do
desenrolar de sua trama divergir bastante as opiniões. O plot principal se arrasta por longos episódios e longas cenas,
construindo personagens e dramas aos poucos. Pessoalmente, considero o elenco e principalmente a temática da série superiores a sua irmã Daredevil – Demolidor, do mesmo modo que o Demônio de Hell's Kitchen se mostra melhor em
cenas de ação e desenvolvimento de trama. Digo isso, pois a série de Jones, além
de me fazer refletir sobre seus temas nada leves – traumas, abuso psicológico e
sexual, relação obsessiva, aborto – fez com que eu me apegasse de uma maneira ou de outra à
personagem central, Jessica.
Em primeiro lugar, Jessica é diferente de
grande parte das personagens femininas que havia visto até então. Não faz parte
dos grandes estereótipos femininos jorrados na ficção – ela não perde tempo no
espelho combinando roupas, não tem paciência pra lojas, não se remói perto do
celular imaginado se o boy vai ligar
ou não. Jessica é independente, cheia de problemas emocionais e não vê nada de
errado em ser rude com as palavras. Fala palavrões a torto e a direito e eu
pensando que Dean Winchester era boca suja e bebe mais que uma condenada, às
vezes chegando a ser expulsa de bares. Com tantos estereótipos sendo jogados no
lixo, ela se apresenta como uma mulher real, longe de ser uma princesa de
porcelana.