Lola |
Pode ser coisa da idade. Ou talvez coisa de gente muito ocupada - ou gente que se diz muito ocupada, mas que desperdiça seu tempo consumindo conteúdo não produtivo. Mas o fato é: a vida tem parecido too much. Exagerada. Coisa demais para uma pessoa só.
Existe uma vasta gama de possibilidades, mas todo mundo sabe que não dá para escolher todas elas. Você tem que escolher uma, duas ou três no máximo. Não dá para ficar muito bom em alguma coisa fazendo um bilhão de coisas. Se fizer isso, vai ser medíocre em um punhado de coisas e muito bom em nada.
Escolha.
Pronto, coisa demais. Por que temos que escolher? Às vezes invejo os Ípsilon ou os Gama por não precisarem se preocupar com essa coisa tão mundana chamada escolha.
As pessoas falam, falam, falam. Em alguns momentos, tentando te ajudar. Em outros, puxar seu tapete. Como distinguir? E, acima de tudo, como separar aqueles desejos que partiram de você daqueles que lhes foram impostos e repetidos tantas e tantas vezes que você nem sabe se vêm de você ou não?
Onde está a razão deste mundo louco? Onde estão as respostas, as escolhas certas, o tempo? Onde estão as palavras ideias, os momentos certos? O que fizeram com a esperança?
A vida continua indiferente às suas questões. O tempo corre, voa, passa por você e não tem a sensibilidade de parar e te acolher. Ele só vai. Você é que precisa aprender o ritmo dele, se quiser caminhar lado a lado com ele, dando sorrisinhos e trocando piadas.
Ah, não, é tudo coisa demais.
Como dormir oito horas de sono, comer saudável, praticar exercícios físicos, exercitar a sua mente e espiritualidade, ler um livro, trabalhar, viver coisas legais com seus amigos, visitar os parentes de que gosta, sair às vezes para comer a pizza deliciosa que vende ali na esquina, conseguir se comunicar com outras pessoas sem feri-las com suas palavras ou ações, ser justa, desconstruir seus próprios preconceitos e crenças limitantes, ter sucesso em alguma coisa - qualquer coisa! - , como? Como ser mais do que apenas suficiente, como ser essencial?
Sinto que sou só uma pecinha perdida no universo.
As respostas não vêm. Quando acho que estou chegando no ponto correto, vejo todas as coisas que não estou fazendo e me sinto derrotada. Insegura. Com medo.
Vale a pena continuar fazendo as coisas? Quais? O que estou deixando de fazer e que é realmente importante? Como saber o que é importante? Depois de tudo, chegarei em algum lugar?
As perguntas vêm e vão, vêm e vão. Ainda sem respostas. E na volta, trazem consigo perguntas novas - sem respostas. Por que precisamos de respostas? Precisamos é de pausa. Precisamos inspirar e expirar. Precisamos nos desligar do mundo e nos ligarmos a nós mesmos novamente. Nos conectarmos com aquela parte em nosso âmago que cria sentidos e respostas para tudo para que consigamos continuar.
Mas por agora, ter apenas a pausa, já seria muito bom.
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