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| Rádio Senado |
O Dia da Consciência Negra foi formalizado a quase duas décadas atrás. É um dia em que devemos parar e pensar sobre a realidade das pessoas negras no nosso país, bem como discutir pautas importantíssimas como racismo, discriminação, desigualdade social e a fome. Não, a fome não é exclusividade das pessoas negras, mas certamente a camada da população brasileira que está em pior estado de vulnerabilidade alimentar tem cor. Nesse post do site Ponte social podemos observar essa triste característica da fome no Brasil.
Por que comecei com um título que sugere uma leitura, segui falando sobre Dia da Consciência Negra, e de repente estou falando de fome? Porque a minha indicação está conectada com todos esses assuntos: “Quarto de Despejo: diário de uma favelada”, Carolina Maria de Jesus.
Eu poderia escolher vários outros autores negros, ou mais especificamente um autor/a negro falando de assuntos estritamente raciais. Porém, diante do cenário atual do nosso país, Quarto de despejo é a indicação perfeita.
Carolina Maria de Jesus viveu na favela do Canindé e enquanto lutava pela sua sobrevivência e de seus 3 filhos, escrevia o cotidiano da favela, seu dia a dia, e falava sobre a fome, companheira indesejada sempre presente em seu barraco. De forma nua e crua, somos levados à década de 1950 e apresentados para Carolina, coletora de recicláveis que dependia desses materiais descartados pela sociedade para sobreviver e para alimentar seus filhos.
É um pouco triste constatar que essa narrativa, pessoal e real, é ainda o cotidiano de muitos brasileiros. E é por isso que no dia de hoje, sugiro que você saia da sua confortável bolha e olhe para outros universos, que parece improvável por estar longe da sua realidade, mas que é a vida de muitas pessoas.
"Mas o povo não deve cançar, não deve chorar. Deve lutar para melhorar o Brasil para os nosso filhos não sofrer o que estamos sofrendo."
Por: @thawanarosa_
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