Por ser uma literatura mais nichada, a fanfiction tem muitos termos próprios e gêneros autoexplicativos para facilitar que os leitores encontrem as histórias de maneira mais rápida. Por exemplo, um dos gêneros "próprios" das fanfics é o hurt/comfort; nele, um personagem se machuca física ou emocionalmente e, logo depois, é reconfortado ou cuidado por outro personagem.
É desse gênero de fanfiction de onde surgiu o Whump. Ele pode ser considerado uma versão mais sombria e adulta do hurt/comfort. Nele, um personagem (normalmente um favorito dos fãs) é capturado e torturado de maneira cruel e explícita; depois, já salvo, ele é cuidado por outro personagem. Apesar de seguir o mesmo script que o hurt/comfort (personagem se machuca => personagem se recupera), o Whump se diferencia por dar grande foco na violência, no sofrimento físico e no desenvolvimento do trauma pós-tortura.
Por tantos capítulos focarem no sofrimento e descrição das torturas, é muito comum que uma história Whump seja ligada ao terror, horror e gore, e dependendo dos métodos utilizados, serem também histórias Dead Dove Do Not Eat (uma tag usada para alertar leitores de que a história é extremamente perturbadora, até mesmo para leitores de Whump).
Os elementos de uma história Whump
Há três elementos que geralmente existem em histórias Whump, são eles:
Whumpee: é a pessoa que é mantida presa/capturada e sofre. É sempre o personagem favorito dos fãs.
Whumper: é a pessoa (ou grupo de pessoas) que vai realizar as torturas.
Caretaker: é a pessoa que vai cuidar do personagem depois do resgate, não é exatamente um cuidado médico, mas um principalmente emocional. Pode ser um futuro interesse amoroso ou um amigo platônico.
Por que as pessoas gostam de Whump?
Talvez a resposta possa ter relação com a velha pergunta, "por que as pessoas gostam de assistir terror?", presenciar fortes emoções por conta de cenas de horror sabendo que nada daquilo vai te afetar fisicamente é catártico. E no caso do Whump, essa emoção é potencializada pelo personagem ser um favorito.
E, claro, como uma parte importante desse tipo de história é conforto, isso constrói um sentimento de acolhimento, potencializado pelos horrores pelo qual o personagem passou. Como se quanto mais coisas ruins o personagem passar, maiores serão as sensações de conforto, amizade e cuidado na segunda metade da história.
É certamente um gênero que não é para todo mundo, por isso, caso tenha tido curiosidade, mas não queira ler nada perturbador, é melhor focar em histórias hurt/comfort.
Por: @blumcamp
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