Guerra Infinita: o maior filme da Marvel é também o mais trágico


[Este texto não contém spoilers graves]
Em 2008, a Marvel Studios lançou Homem de Ferro. Era um experimento. Com um herói longe de ser mainstream tal como os deuses da DC, a Marvel não esperava muita coisa. A cena pós-crédito que trazia Nick Fury chamando Tony Stark para a iniciativa Vingadores foi a isca que poderia ser desenvolvida caso o público comprasse. E comprou.
Hoje, dez anos e vinte filmes depois, a Marvel Studios estabeleceu seu season finale e maestria com o Vingadores Guerra Infinita, o filme mais esperado de década. 36 heróis juntos poderia ter transformado o longa num desastre, mas sabíamos que o MCU tinha em mente duas coisas: coerência interna, planejamento e qualidade em suas histórias. E após o sucesso estrondoso de público e crítica de Pantera Negra, descobrimos mais uma coisa: a Marvel tem coragem.


Aqui, ela escolheu Thanos. Utilizando-se da Jornada do Herói, Marvel o toma como seu protagonista, dando-lhe o maior tempo de tela e nos apresenta não só seu caminho rumo às joias do infinito, como nos revela camadas que não imaginaríamos serem exploradas. O medo de termos outro vilão CGI sem carisma que só serve como plot device para a porradaria era grande, mas a construção de anos dessa ameaça e interpretação impactante de Josh Brolin fez de Guerra Infinita não um filme dos Vingadores, mas de Thanos.
É um espetáculo. É uma celebração de tudo o que a Marvel fez. Épico, divertido quando tem de ser, sério quando precisa. E se permitiu ser o que filmes de heróis sempre temeram: trágico.
Sentimos o clima de cada grupo, o ar espacial e anos 80 de Guardiões da Galáxia, o peso dos fugitivos Steve Rogers, Viúva Negra e Falcão (que ainda sofrem após a Guerra Civil), o temperamento de Tony e Doutor Estranho, o maravilhamento de Peter Parker. E tudo permeado com a sensação de perigo iminente, o que raramente sentimos em outros filmes.
Na primeira cena (antes mesmo no título aparecer na tela), voltamos à nave de asgardianos comandada por Thor, tendo ao seu lado, Loki. É quando Thanos age que percebemos a realidade do perigo e que tenta nos preparar para o que está por vir. Não que algo possa nos preparar o final, pois ao final de contas, depois de tantos finais felizes (ou ao menos, onde o bem e esperança se sobressaiam de uma maneira amargo doce), é no mínimo inacreditável — e histórico — presenciarmos o que a Marvel nos entregou.


Fonte das imagens: <https://observatoriodocinema.bol.uol.com.br/listas/2018/04/vingadores-guerra-infinita-saiba-tudo-o-que-acontece-na-saga-das-hqs>. <https://theplaylist.net/avengers-infinity-war-presales-20180411/>.

Guerra Infinita: o maior filme da Marvel é também o mais trágico Guerra Infinita: o maior filme da Marvel é também o mais trágico Reviewed by Alana Camp. on maio 01, 2018 Rating: 5

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