ATENÇÃO! ESSE POST É UMA CONTINUAÇÃO. SE CHEGOU AQUI POR ENGANO, TE ACONSELHO A LER OS CAPÍTULOS ANTERIORES.
Mudei da água para o vinho. A coisinha passou a ser meu bebê, meu filho. Ainda não sabia se era ela, ou ele, mas já tinha escolhido nomes.
Heather, se menina. Audrew se menino. Eu simplesmente amava esses nomes, e não conseguia imaginar meu bebê com nenhum outro nome. Jake não gostou muito que eu impusesse o nome, sem nem perguntar para ele se ele gostava ou não. Mas ele estava tão feliz com a minha mudança de postura em relação a gravidez que nem discutiu muito por causa de um nome.
Era só um nome, afinal. Para ele, pelo menos.
Em poucas semanas soubemos que era Heather. Minha Heather.
Se por um lado algumas coisas melhoraram bastante depois que comecei ficar positiva com a gravidez, outras coisas só pioraram.
Quando Jacob me procurava à noite, eu me recusava. Será que ele não entendia que a Heather estava ali? Não, ele não entendia. Não ficava insistindo muito, mas eu sabia que ele não estava gostando nada daquilo.
Outra coisa que piorou bastante foi meu relacionamento com minha família. Não gostava que eles tocassem minha barriga, ou que ficassem agindo como se a Heather fosse deles. Ela não era. Heather era minha, só minha. Era dentro de mim que ela estava, eu era a mãe.
E então, um dia Jake perdeu a paciência comigo. Foi a gota d’água eu não permitir que ele acariciasse minha barriga.
– Eu não aguento mais! – Ele explodiu. – Eu não posso dormir com você, não posso te ver nua, mesmo que seja só para ver o quanto sua barriga cresceu, não posso ficar com você durante os ultrassons, não posso nem tocar na nossa filha, Renesmee! Você percebe o quão absurda você está sendo?
– Eu não estou sendo absurda! Só não me sinto bem com todo mundo me tocando e me olhando como se eu fosse um manequim vestindo um novo lançamento da moda. Só quero ficar em paz com a Heather. Que droga, toca logo. – Me irritei, e levantei a blusa para ele por a mão na minha barriga, já que ele fazia tanta questão.
Jacob negou com a cabeça, me encarando.
– Ness, eu não quero te forçar a nada que você não queira. Estou tentando ser compreensivo. Quando você se sentir bem para ser tocada, então eu te toco. Só que…
– Ora, cale a boca! – O interrompi. – Que bela merda de pai você é também, hein. Nem sabe o que quer direito, pelo amor de Deus! – Vociferei.
Ele ficou branco que nem papel. Eu tinha tocado numa ferida.
– E você acha que ser mãe é excluir todo mundo da vida da Heather, como se ela fosse um objeto seu?
– O que você sabe sobre ser mãe? Você nunca teve mãe mesmo. – Despejei, sem dó nenhum.
Jacob explodiu na minha frente, se tornando um lobo gigante, castanho-avermelhado. Ele nunca se metamorfoseou antes contra a própria vontade. Era bom no autocontrole.
O lobo rosnava, mostrando seus dentes de maneira ameaçadora.
Se ele quisesse me atacar, já teria o feito. Mas não, mesmo sem conseguir me comunicar com ele, eu sabiam racionalmente, que os rosnados eram reclamações por perder o controle. Podia quase ouvir sua voz praguejando.
Ainda assim, meu coração estava a milhão. E se eu realmente tivesse ido mais longe do que devia? E se ele quisesse matar a Heather? Talvez ele estivesse com ciúmes dela, afinal ela se tornara meu universo. Ela era mais importante do que Jacob.
Ele não estava pronto para ser pai.
Droga, e se ele matar minha Heather??
Eu estava tão nervosa, que pensei em correr, mas tinha medo de ser perseguida. Queria gritar, mas minha voz parecia morrer na garganta antes mesmo de sair.
Nenhum comentário: