A polêmica adaptação de Death Note da Netflix


Acabei agorinha de assistir a adaptação de Death Note da Netflix, e estou tipo “Uau”. Pouco antes eu tinha entrado no face e visto várias comparações bem pejorativas e percebi que o pessoal do mundo otaku não curtiu muito o filme, não. Mesmo assim resolvi assistir e tirar as minhas próprias conclusões. A premissa do filme é a mesma do anime: Light (e eu odeio a grafia assim, apesar de, na pronúncia japonesa, Light fica igual ao nome original: Raito). Retomando: Light encontra um caderno preto. Na capa desse caderno está escrito “Death Note”. Ao abrir o caderno, Light se depara com algumas regras de uso. E a primeira já é bem sugestiva.


Light, em posse do caderno, se torna um justiceiro que pune criminosos sob o codinome Kira. Outra informação importante: todo Death Note tem um Shinigami, deus da morte. O Shinigami do caderno que está com o Light é o Ryuuku.

O filme da Netflix se passa em Seatle. Nota-se de cara uma contextualização do enredo original para um mundo ocidental. Desde a escola, até as cenas de bulling: estamos totalmente nos Estados Unidos. Diferente do anime, onde Light descobre o caderno aos poucos, no filme ele é induzido pelo Ryuuku a usá-lo. Depois de vingar a morte de sua mãe – no filme a mãe dele foi atropelada por um cara bêbado que se safou por ter grana – ele começa a procurar nomes de criminosos e assassiná-los. Light divide o segredo do Death Note com Mia, uma líder de torcida da escola em que estuda. Eis aí uma diferença grande em relação ao anime, pois Mia é o equivalente à Misa Amane e uma nada tem a ver com a outra. Outra coisa significante é que ele e Mia parecem se gostar de verdade.

Eu li comparações do tipo “No anime o Light é nerd de verdade e no filme ele é um nerd Nutella”. O Light do anime é um “nerd de verdade” porque ele é um nerd romantizado. Ele um cara boa pinta, inteligentíssimo e estrategista. O Light do filme pareceu-me muito mais real, um adolescente inteligente, mas normal. Também criticaram o fato de o Light ter surtado quando viu o Ryuuku pela primeira vez, mas as pessoas estão se esquecendo de um pequeno detalhe: o Raito do anime é japonês e os shinigamis são criaturas que fazem parte da cultura japonesa, então faz sentido que ele não se assuste por um caderno da morte ter um shinigami. Já o Light do filme, quando vê o Ryuuku, enxerga ali um demônio ocidental. Fica a dica: pense no contexto.

O L também pareceu-me mais humano na adaptação, sendo a cena final muitíssimo verossímil. Mas achei a aparência do Ryuuku exagerada em demasia e sua personalidade foi meio deturpada para o mal. Quem assistiu Death Note sabe bem que quando o assunto é shinigamis, não se trata do bem ou do mal, e sim de que a morte acontece e eles escolhem o como.

No geral eu gostei. Tentei assistir sem preconceitos. Fiquei meio insegura quando vi o trailer, mas o filme me surpreendeu. Claro, sempre tenho a sensação de que as coisas vão rápido demais nos filmes, o que me deixa meio desnorteada.

Acredito que o segredo para gostar pelo menos um pouco do filme é ter uma palavra em mente: ADAPTAÇÃO. Não se trata de copiar totalmente o anime, e sim de transformá-lo em uma coisa nova. E essa coisa nova não é igual ao anime, apenas o retoma e ressignifica.

E você, também já assistiu a adaptação? O que achou?



A polêmica adaptação de Death Note da Netflix A polêmica adaptação de Death Note da Netflix Reviewed by Thaw on agosto 26, 2017 Rating: 5

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