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Eu achava que quando eu fosse adulta, eu saberia. Saberia
ser vaidosa; organizada com as minhas coisas, meu dinheiro e vida, saberia
fazer coisas que eu achava incríveis e que seria muito boa em alguma coisa.
Mas, principalmente, eu saberia o que nasci para ser.
Parece fácil.
Ouço relatos do tipo “quando eu era criança aconteceu coisa
X e desde então eu soube que era Y que eu queria ser” e fico pensando se isso
aconteceu comigo e não percebi. São escolhas ou são acontecimentos?
Desde a adolescência eu olhava coisas que me inspiravam e pensava “É isso. É assim que eu quero ser”. E até hoje não sei se o erro era que eu queria ser coisas que eu achava legais, mas que não eram eu; se eu fui prepotente ou se apenas eu queria ser coisas demais. Aliás, existe isso? Eu achava que eu poderia ser qualquer coisa. Poderia costurar, tocar piano, tocar flauta, dançar, cantar, vestir-me de forma bacana, manter unhas e cabelos em dia, ler uns 50 livros por ano, escrever um livro, aprender inglês, aprender japonês, viajar, aprender tirar fotos, aprender a posar para fotos, ter um blog legal e que eu poste sempre, conhecer pessoas das quais sou fã e ser autêntica.
E então, eis-me aqui. Ainda em dúvida, no meio do caminho de
muitas coisas e anos-luz distante de tantas outras. Insegura. Achando que se me
esforçar o suficiente, eu vou conseguir, mas no fundo dizendo para mim mesma “Será?”.
E perdida. Exatamente como estava no começo. Exatamente como
palavras ditas em um idioma desconhecido. As letras e os sons se
perdendo, enquanto procuram um coração que possa decodificá-las. E ainda assim,
exatamente como no começo, acreditando que posso ser qualquer coisa. E
tentando.
Como se eu tivesse escolha.
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