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Nós temos um gato chamado Milk. Ele foi adotado pelo meu irmão quando era filhote. O Milk era soberano lá em casa; todo mundo tirava alguns minutos do dia para brincar com ele, jogar bolinhas de papel para ele correr atrás, entre outras coisas que ele gostava.
Às vezes, quando a gente esquecia o portão de casa aberto, uma gata filhote, muito magricela, mas com barrigão enorme de vermes, entrava lá em casa. E sempre dávamos um pouco da ração do Milk para ela. Nessa altura, o Milk já era um gato adolescente.
Então um dia a dona dela - sim, ela tinha dona - perguntou se queríamos ficar com a gata. Ela já tinha muitos. A gente quis. Colocamos nela o nome Charlote. Ela era bem parecida com o Milk, ambos gatos rajados nas cores cinza, preto e marrom.
Quem não gostou muito dessa história foi o Milk. Ele começou a fazer várias coisas para chamar a atenção do pessoal lá de casa: de xixi nas nossas camas, até dar uns tabefes na Charlote sempre que tivesse chance.
E então hoje temos dois gatos que brigam ocasionalmente, apesar de um nunca ter machucado o outro de verdade. Eu penso que o Milk quer dizer "Hey, gatinha, eu estava aqui primeiro. Você pode até fazer parte da nossa família, mas eu tenho mais direitos do que você".
Isso me fez pensar que apesar das pessoas se gabarem de sua superioridade em relação aos animais, muitas pessoas são "Milks". Elas pensam ser mais importantes do que quem é novato. É claro que uma pessoa que faz determinada coisa há algum tempo tem uma boa ideia do que está fazendo. Mas as coisas mudam o tempo todo. Talvez alguém que chegou agora esteja mais atualizado, ou possa oferecer uma visão diferente sobre determinado assunto, e talvez isso seja bom.
A verdade é uma: não somos gatos. Podemos até dar "patadas" nos novatos, ou podemos conversar e aprender uns com os outros todos os dias. E assim podemos, não sermos superiores aos outros, mas melhores do que o eu do passado. Espero, por fim, que as pessoas possam sempre ser menos gatos. Ter amigos novos é bem mais bacana do que ter inimigos novos.
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