ATENÇÃO! ESSE POST É UMA CONTINUAÇÃO. SE CHEGOU AQUI POR ENGANO, TE ACONSELHO A LER OS CAPÍTULOS ANTERIORES.
– O quê? – Heather me encarou chocada.
– Eu preciso que você se mate, Heather. – Repeti, séria.
Ela me encarou e percebi que ela buscava algum fundo de brincadeira naquilo.
– Calma… – Eu disse. – … vou te mostrar o que quero dizer.
Toquei seu rosto e olhei no fundo dos olhos dela. Mostrei quando os Volturis apareceram de repente na festa dos meus pais e que eles queriam matar a Heather. Mostrei sobre os métodos deles. Mostrei sobre como foi difícil, muitos anos atrás, dissuadi-los da ideia de que eu era perigosa e que precisava ser morta. E que seria impossível fazer o mesmo por ela.
– Heather, a mamãe é de uma raça mestiça difícil de se encontrar, mas possível. Você é única. Não existem outras pessoas no mundo como você. Se nós contarmos essas coisas para o papai, ele vai querer brigar. Ele pode se machucar ou até morrer.
Depois, mostrei para ela a conversa que tive com o Aro. Mostrei para ela o quanto eu tentei convencer ele de que a Heather não iria expor o mundo dos vampiros, que ela não era perigosa, que ela era quase como uma criança normal. E que ele não se deixou convencer. Então, depois de tentar de tudo, eu pedi que ele deixasse que eu fizesse. Que eu mesma pudesse matar a Heather. Assim, ela não sofreria.
– Só assim podemos salvar o papai.
Heather ficou me encarando e eu via um bilhão de sentimentos passando por seus olhos. Então, ela começou chorar e me abraçou.
– Eu estou com medo.
– Não precisa ter medo, Heather. Eu ficarei com você até o fim. E depois eu irei até os Volturis para eles me matarem. Assim, eu e o Jacob nunca mais teremos outros filhos. Então, em breve eu vou estar com você. Você não ama o papai? Você tem que fazer isso por ele.
Ainda abraçada comigo, senti ela acenar positivamente com a cabeça, antes de olhar para mim.
– Vai doer?
– Não, é só você tomar esses comprimidos. Você vai perder a consciência e morrer. Eu vou ficar aqui com você.
Despejei todo o conteúdo do vidro na mão da Heather, e ela foi engolindo aos poucos. Sentei-me no chão e coloquei-a no meu colo.
– Canta para mim? – Ela pediu com a voz mole.
Comecei cantarolar uma canção de ninar, enquanto a sentia cada vez menos viva.
Eu ouvi quando ela puxou o ar uma última vez. Ouvi quando o tum-tum-tum de seu coração cessou. Ouvi uma voz gritando na minha cabeça. “O que você fez?”
– O que eu fiz? – Repeti.
Apertei o corpo de Heather contra meu peito. Ela ainda estava quente. Mas eu me sentia fria. Porque eu estava mais morta do que ela.
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