Fascinada por histórias |
Eu ando muito na vibe de ler romances de época. Se você acompanha o Instagram do Tribo Letras, deve ter percebido minha inclinação a esse gênero no destaque "lidos": 7 dos 13 livros que eu li esse ano são romances de época. Mas a minha relação com romances de época não foi sempre tão boa. Fui introduzida ao gênero pela minha amiga Ana Magieiro com o livro "O duque e eu", da Julia Quinn e apesar de ter gostado muito da história, num primeiro momento fiquei incomodada.
Romances de época são ambientados em uma sociedade totalmente diferente da nossa sociedade atual e no começo é difícil digerir alguns fatos das histórias. Se você acha que a nossa sociedade é machista, imagina a de 1800. Imagina em um romance medieval! Pois é, nada fácil. Apesar de existirem histórias que enaltecem as mulheres fortes, eles não são a regra, e no geral trata-se de mulheres que vão se casar com caras pelos quais são apaixonadas ou vão se apaixonar.
Ai, nossa, Thaw, qualquer romance é feito disso! Eu te digo: não exatamente. Grey era um magnata, mas certamente Anastácia não precisava dele para sobreviver. No contexto dos romances de época, estamos lidando com a realidade de que as heranças são passadas para os homens da família, e as mulheres ficam financeiramente desamparadas, o que as empurra para casamentos que são mais motivados por necessidade do que por amor.
Eu sei, é deprimente. Principalmente se pensarmos que era assim que acontecia na realidade.
Antes de abrir o primeiro romance de época, lembre-se bem disso. Guarde um pouco o seu julgamento em relação ao comportamento de muitas das damas das histórias, que visam apenas o casamento e que ficam com os olhos brilhando quando um jovem rico está procurando uma noiva. Tenha um pouco de carinho e empatia no coração ao se deparar com mulheres que bordam e costuram, que adoram planejar bailes e que ficam empolgadas para participar de um. Não subestime a tristeza de uma jovem dama que não foi tirada para dançar.
O que mais me atrai em romances de época é o amor, e como ele encontra lugar para florecer em ambiente teoricamente tão hostil a ele. Quando a gente aprende a engolir nosso preconceito, guardar o dedinho de apontar, e nos limitarmos a observar os fatos e aceitar como eles são, podemos aproveitar os romances de forma muito mais completa.
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