Meu barco sofrera com a tempestade de neve, os outros tripulantes estiveram assustados e ansiosos durante as últimas horas. Não sei porque fiquei surpreso quando o barco virou e a baleia veio. Mas não ninguém além de mim foi devorado.
Devorado não, mantido. Porque lá dentro era diferente do que eu esperava. Era um corredor pequeno que levava a um quartinho, um quartinho minúsculo com um baú de madeira forrado de palha para servir como cama; no teto, uma lamparina emitindo uma luz dourada. Um lugar aquecido, estranhamente aconchegante, um lugar que não deveria estar dentro de uma baleia.
Longe da nevasca, longe do violento mar, fiquei ali, deitado na palha com meu casaco dobrado como travesseiro, ouvindo o barulho abafado do oceano enquanto fechava os olhos.
Misturando-se com meus sonhos, ouvi uma canção de ninar.
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Por: @blumcamp
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