Minha querida Sputnik: o realismo mágico e o amor

 


Título: Minha querida Sputnik (título original: Supūtoniku no Koibito)

Autora: Haruki Murakami
Páginas: 232
Editora: Alfaguara

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Sinopse: 

Em Minha querida Sputnik, Haruki Murakami nos apresenta um Japão de restaurantes sofisticados e cores vibrantes, e nos leva ao centro de um triângulo amoroso arrebatador e, ao mesmo tempo, incomum.
K. é um jovem professor que vive em Tóquio e é apaixonado por Sumire, sua melhor amiga, uma garota que largou os estudos para se tornar escritora. A vida dela se resume aos livros: eles não só definem o seu dia-a-dia de leitora voraz como também o modo de se vestir.

Mas a chegada de Miu, empresária bem-sucedida e casada, muda o destino de todos. Sumire é tomada por uma paixão avassaladora e, seguindo Miu aonde ela for, acaba criando para si uma armadilha aparentemente sem saída. E K., fascinado por Sumire e nunca correspondido, fará o impossível para salvá-la.
Minha querida Sputnik é uma história de amor e mistério. A solidão e a fragilidade dos relacionamentos são protagonistas neste romance sedutor, em que Murakami constrói um triângulo amoroso poucas vezes visto na literatura.
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Há alguns anos eu li Minha querida Sputnik. Não comentei sobre ele em lugar nenhum, pois não sabia exatamente o que falar ou como falar. É uma leitura íntima, silenciosa, permeada por emoções intensas controladas por comportamentos que não podem deixá-las transparecer. São personagens sentindo tudo e devendo agir como se não sentissem nada. O primeiro parágrafo, um dos mais bonitos que já li, entregam o sentimento exacerbado que vai dar início a tudo:

Na primavera de seu vigésimo segundo ano, Sumire apaixonou-se pela primeira vez. Um amor intenso, um verdadeiro tornado que varre planícies – aplanando tudo em seu caminho, lançando coisas para o ar, deixando-as em frangalhos, triturando-as.

O parágrafo não descreve o amor que o protagonista sente por sua melhor amiga, na verdade, ele fala sobre o amor que ela, Sumire, sente por uma mulher mais velha. K, o narrador-protagonista, é apaixonado por sua melhor amiga, um amor não correspondido, e ela é apaixonada por Miu, um outro amor provavelmente também não correspondido. Através deste triângulo amoroso que não é realmente um triângulo amoroso, observamos os sentimentos, emoções e desilusões que abraçam esses amores, um encantamento apaixonado à beira do estilhaço.

Devo estar apaixonada por essa mulher, Sumire percebeu com um susto. Não havia erro. O gelo é frio; as rosas são vermelhas; estou apaixonada. E este amor vai me levar a algum lugar. A corrente é poderosa demais; não tenho escolha. Pode muito bem ser um lugar especial, onde nunca estive antes. O perigo pode estar emboscado lá, algo que talvez acabe me ferindo profundamente, fatalmente. Posso acabar perdendo tudo. Mas não tem volta. Só me resta seguir a corrente. Mesmo que signifique ser consumida, desaparecer para sempre.

Minha querida Sputnik, um dos clássicos modernos escrito por Haruki Murakami não pretende desvendar o amor, a paixão ou a desilusão amorosa, ele observa essas pessoas e esses caminhos conflituosas do coração e deixa-os livres no mundo cruel da apatia acidental; onde o objeto amado não quer ferir, mas é incapaz de sentir o mesmo.

Numa belíssima escrita e permeada por realismo mágico (onde a verdadeira magia não são os estranhos fenômenos que ocorrem, mas sim a intensidade das paixões), Minha querida Sputnik é um livro intimista que escritores, apaixonados, leitores vorazes, poetas, ou simplesmente quem deseja sentir algo, deveria ler.



Por: @blumcamp





Minha querida Sputnik: o realismo mágico e o amor Minha querida Sputnik: o realismo mágico e o amor Reviewed by Alana Camp. on agosto 08, 2022 Rating: 5

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