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| Arquivo pessoal. Ótima qualidade XD |
Estava assistindo um vídeo do canal Nova Versão durante o almoço e me deparei com o vídeo abaixo. Me identifiquei com muitas coisas que ela disse no vídeo, em especial porque geralmente, quando as pessoas descobrem que eu morei um ano nos Estados Unidos, me perguntam: "Por que você voltou para o Brasil?"
Contextualizando: fui au pair nos Estados Unidos por um ano, em 2018/2019. Morava em Silver Spring, do ladinho da capital, Washington DC. Quando o primeiro ano de intercâmbio acabou, eu tinha algumas opções:
1. Extender o intercâmbio por mais 6, 9 ou 12 meses com outra família;
2. Tentar mudar meu visto e continuar nos EUA;
3. Voltar para o Brasil.
Escolhi a terceira opção, e as pessoas ficam estarrecidas com isso até hoje. Ao descobrirem esse fato, sou bombardeada por perguntas como "Por que você voltou para o Brasil?", "Você não gostou dos Estados Unidos?", "Não é melhor morar nos EUA?" e variações da pergunta que transmitem claramente a mensagem de que as pessoas não conseguem conceber a ideia de alguém preferir o Brasil aos EUA.
Inspirada pelo vídeo acima, resolvi escrever um post respondendo algumas dessas perguntas. Quando alguém perguntar, posso só mandar o link desse post. Respondo a pergunta e ganho 1 view. 😂
Sou uma pessoa muito intuitiva, e de alguma forma eu sentia há muito tempo que eu tinha que ficar só um ano nos EUA. Apesar de às vezes imaginar como seria se eu tivesse continuado lá, não consigo me arrepender. Eu até tentei fechar os ouvidos para essa intuição, e pensei em extender o intercâmbio, mas várias coisas foram dando errado, de modo que para mim estava claro que o universo estava me fazendo repensar se era isso mesmo que eu queria. Não era. Eu estava cedendo a pressões externas.
Depois que eu voltei para o Brasil, várias coisas que aconteceram me provaram que eu tinha que estar aqui, e eu estava. Isso me dá uma paz de espírito tremenda.
Aqui no Brasil existem coisas muito importantes para mim e isso conversa diretamente com os meus valores pessoais. E logo na primeira posição está minha família. Não, não é o suficiente ver todo mundo por vídeo-chamada. Não seria o suficiente ficar meses ou anos sem ver todo mundo; e então visitar o Brasil ocasionalmente e ver o pessoal. O mês de dezembro de 2018 foi um dos meses mais tristes da minha vida. O natal é o meu feriado favorito. Mas dezembro também é o mês do aniversário dos meus pais e de mais uns 500 familiares que resolveram nascer todos em datas próximas. De verdade, minha host family, em especial minha host mom, foi muito atenciosa e acolhedora comigo nesse momento. Não foi fácil e não sei se eu teria suportado passar por tudo sem o apoio dela. Gracias, Vi!
Com exceção da saúde, que é uma 💩 nos EUA se você for pobre (spoiler: você é!), viver nos EUA é bom. Ser pobre nos EUA é, no geral, muitíssimo melhor do que ser pobre no Brasil. Você tem acesso a muito mais coisas lá, de produtos a lazer. Seu dinheiro vale mais, quando se pensa comparativamente sobre o que você faz com um salário mínimo no Brasil e com um salário mínimo nos EUA. Lá é bonito, e com certeza criei laços com pessoas lá que são muito importantes pra mim. Sim, eu gosto de lá. Sim, eu acho legal. E de diversos pontos de vista dá para afirmar que é melhor morar lá do que aqui. E mesmo assim, escolhi o Brasil. Sabe por quê? Porque é isso que faz sentido para mim, é isso que me faz feliz.
Pode ser que um dia eu mude de ideia, resolva morar em qualquer outro canto do mundo. Mas hoje estou contente de poder acompanhar, presenciar e viver as pequenas coisas e experiências que compõe a minha vida aqui no Brasil.
Por @thawanarosa_
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